Ao
ver aquela senhora muito linda e muito distinta caminhando pelo
aeroporto do Rio De Janeiro não resisti; Eu tinha que ir até lá
falar com ela! Afinal de contas, desde minha infancia, alí com meus
tenros 11 anos de idade que sempre fui apaixonado por aquela mulher.
Uma morena de lindos cabelos pretos, olhos claros, ótima cantora,
compositora e violonista...
Fui
determinado!
Sabia
que tinha milhões de coisas para dizer, mil perguntas a fazer e quem
sabe, até tomar um café. Cheguei perto. Chamei desesperadamente a
linda senhora:
Joyce,
Joyce, Joyce!!
Um
tanto assustada (Claro né??!) mas muito solicita ela parou. E
então, com aqueles olhos de jade me disse:
“Pois
não...”
Que
linda voz! A mesma que cantou Feminina, Clareana, Revendo
Amigos... Foi o melhor “pois não” que ouvi em
toda minha vida! Um filme me passou na cabeça. Lembrei do quanto eu
ficava olhando aquela capa de disco de minha prima Marlene, do
encanto que foi ver aquela mulher no tal do MPB Shell, na importancia
que era estar ali diante daquela mulher. Tentei falar mas travei! A
única coisa que saiu foi um patético...
“Dona
Joyce... Eu sempre amei a senhora...” - QUE RIDICULO EU!!
Ainda assim ela, compreensiva, carinhosa, deu um riso de acalanto e
me respondeu:
“Ah
que ótimo! Muito obrigada, moço!”
Se
despediu e eu também, cheio de vergonha! Ma ae, pensando nisso tudo
em uma ponte aérea interminável, decidi vir aqui contar a vocês a
história desse disco da moça que tanto me encanta a tanto tempo e
com certeza, seguira encantando.
Senhouras
e Senhoures com vocês FEMININA, disco de 1980 da maravilhosa
cantora Joyce.
Nascida
Joyce Silveira Moreno, no ano da graça de 1948, nossa moça aqui é
mais carioca que o Cristo Redentor.
Cria
classica do posto seis de Copacabana, Joyce começa se interessar por
musica, de tanto que viu o seu mano, guitarrista, bancário,
advogado, flertando ali umas notas com seus amigos Eumir Deodato,
Roberto Menescal, Luiz Carlos Vinhas e outras tantas feras. Ela
gostou da coisa. Tanto que aos 16 já estréia em estudio
participando da gravina do grupo Sambacana. Dae a coisa vai de vez...
Dividindo
sua paixão pela musica, com seu trampo de jornalista, recém formada
na redação dos Jornal do Brasil de 1967 (Sonho e meca para
qualquer jornalista...) ela consegue implacar uma musica sua
“Me Disseram”, o que deixou o terrendo propicio
para sua estréia em Lp com seu seminal disco “Joyce” de
1968. Uma maravilha de disco que traz joyce definitivamente para o
Mercado musical de então. E ela seguiu bem ao longo dos anos 70.
Participa
de vários projetos com Novelli, Toninho horta, Nana Vasconcelos,
compõe muito, segue seus estudos de violão, grava em 1973 um
discaaaaaaaçoooooo com Nelson Angelo, depois da um tempo para cuidar
de suas duas meninas Clara e Ana até 1975. Na volta cai na estrada
com Vincius de Moraes em uma turne pela América Latina, grava um
disco internacional (Natureza, em 1977) com Mauricio
Maestro, arranjos de Claus Orgemann que da tão certo, que gera uma
turnê por Nova York de seis meses onde acontece algo muito
importante para nosso disco de hoje...
Foi
la que ela conhece o baterista Tutty Moreno, lendááário batera que
tanto tempo havia ficado com Gilberto Gil e que, radicado por lá,
bobo que não é, trata de se apaixonar e casar com a nossa Cantora.
Da relação vem Mariana em 1979, inicia ali uma parceria musical
fodastica e tudo isso torna aquele ano algo mágico; Filha nova,
composições gravadas por todo gente como Elis Regina, Maria
Bethania, Boca Livre, Nana Caymmi e um contrato com a EMI-Odeon para
a gravação de um disco. Surge então em 1980 o lindo “FEMININA”...
Contando
com um time formado por feras como Fernando Leporace no Baixo,
Gilson Peranzetta no piano e nos arranjos junto com Mario
Adnet com Joyce nos violões e Tutty Moreno arrebentando
tudo na bateria, começa as gravações do disco. Uma preciosidade
que conta com uns hinos como a faixa título FEMININA, com a
musica de ninar que ela cantava para as duas filhas Clara e Ana, que
virou CLAREANA um baita sucessão de rádio que apresenta
Joyce para o povão, além de outras tantas coisas lindas e singelas
como REVENDO AMIGOS, CORAÇÃO DE CRIANÇA, a instrumental
ALDEIA DE OGUM que leva Joyce à noite hype européia já nos
anos 90, uma dádiva de trabalho.
Em
2010, o disco FEMININA ganha uma luxuosa edição de 30 anos,
cheia de extras, encartes e outras maravilhas. Mesmo tento a cousa
aqui, jamais ela vai superar a alegria e o encanto que sinto com meu
velho disco de 1980, herdado de pai, tia, primas e afins.
Afinal
de contas, nada pode ser mais lindo que um amor de menino...
Segue
abaixo ae no player FEMININA e o linkão por ae para
todo mundo baixar a mandinga. Ae é com vocês e já sabem...
2 comentários:
Joyce é um doce, adoro suas canções e a mina tinha bala na agulha, certeza! bjooss
Ótimo post! Valeu mesmo!!!
Abs, de goiània!
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