22 de mai. de 2017

GIANT JELLYFISH; A BANDA DE ROCK QUE ACORDA A CIDADE

                                                                                                                       Foto - Leandro de Villa

Na noite de sábado, decidi ir a pé até o Cactus, em Santo André, onde haveria a pauta da vez...
No caminho até o bairro do Bangu, durante os 30 minutos que andei entre minha casa e la, vi a noite ser nostálgica, mantendo os ares da província que Santo André ainda é, e que a gente insiste em refutar, em dizer não é mais assim. Todavia, as portas fechadas de todos os comércios da rua oratório, mais o silêncio das casas e dos becos, se faziam por afirmar:
Santo André, ainda tem sua porção provinciana.
Mas não é de todo ruim...
O tempo das horas nas províncias é mais lento, a bruma é erma e uma boa caminhada clareia bem o que se quer, o que se pensa, o que se deseja.
Naquela noite, por exemplo, eu queria ver uma banda de rock. E quando o Giant Jellyfish ligou seus amplificadores para cometer o rock eu vi. Caras, eu vi uma banda de rock...


TEKA E OS MENINOS ROQUEIROS...

Quando cheguei no Cactus fui recebido pelo forte abraço e pela Heineken gelada do amigo Álvaro. Entre um gole e outro Teka Almeida chegou.
Menina de rosto meigo, com jeito de personagem de um livro do Herman Hesse, delicada e quase tímida, foi ela que me ajudou a chamar os outros meninos que forma a Giant Jellyfish; Rafa Almeida, Leandro de Villa e Tiba. Sentamos em uma mesa e batemos um papo pouco antes de tudo começar.
Entre risos, um tanto tímidos, no começo um pouco nervosos, eles me falaram de suas composições, a forma como trabalham as músicas. Me contaram o quanto se divertiam com a banda, com o lance de sair por ae a mostrar o trabalho e que estavam gostando muito disso.
Decidi não alongar muito a coisa. Faltava pouco tempo para a o show começar e então os deixei a vontade. E quando veio os primeiros riffs de “Repentant Dog” nada mais foi como antes na noite Andreense.
A província acordou! O Giant Jellyfish entrava em ação...


UMA CHICOTADA DE ROCK’S NA NOITE ANDREENSE...

Esqueçam o rosto que era tão somente meigo, que eu lhes falei!
Quando o jorro de riffs da guitarra poderosa de Rafa Almeida, preenche todo o espaço possível, Teka inicia uma performance de palco forte, poderosa, uma entidade xamânica a acompanha enquanto ela desce a mão em seu teclado para abrir o show uma paulada sonora, um hardão de fazer jus a Free, Hot Tuna e afins.
A banda abre o show para acabar com tudo que se pretendia em se tratando de ermo e apenas sossegado...
O Giant Jellyfish sobe ao palco para acabar com o sossego dos acomodados. Era a hora do rock rolar e não ia ser pouco...


EM TRANSE...

“Choices” um folk com ares de anos 90, ou, o folk rock possível para os anfetaminicos anos 90, um som cheio de guitarra, microfonia, distorção e o diabo, é vociferado por Teka. Um tempo em que todos os queixos caem, todos os drinks ficam suspensos.
Impossível não para ver os garotos cometendo o rock.
A catárse segue. “Smokey Mary”, “Knifes Cutting Edge”, “Emotional Rollercoaster”, “Dusting Dreams”, “Run Away Baby”, “Live Long Enough”… Todas! Não da para pegar uma, ou duas, ou quarto músicas para destacar. O show todo do Giant foi absurdo de bom!
Um transe pleno, comandado por uma enxurrada de riffs em fúria de Rafa Almeida, slaps de Tiba e todo vigor da bateria de Leandro de Villa... Os garotos encantaram toda a platéia que esteve no Cactus no sábado à noite.
No final, meio que atordoado saí sem me despedir da rapaziada, decidi fazer o mesmo caminho a pé pelos 30 minutos que me separavam da minha casa. E sem perceber, eu tinha um riso na cara. Devo ele ao show do Giant Jellyfish.

Um puta Show!