29 de mar. de 2010

RKJAZZ&MZ FACTORY FEATURINGS:


JANELA DA BOATE XANGAI


















Eu ja conhecia Rubens K antes dele saber disso.

Em uma segunda feira improvável, fui avisado pelo amigo Fábio Brum de que rolaria um show da banda FÁBRICA DE ANIMAIS num tal de Teatro X, alí na Rui Barbosa, região do Bexiga. Fiquei sabendo umas 16:00 horas mais ou menos e o show começaria meia noite!

Decidi então visitar a garota do jardim do Líbano, moradora da Alameda Santos e fazer uma hora por lá. Óbvio que ela não quis descer comigo. Mas que se foda! Fui, ví e gostei pra caralho. Na banda capitaneada pela garganta da Fernanda D' Umbra tem uns feras como Sérgio Arara por exemplo mas o baixista da banda me chamou muito atenção.

A bordo de seu music man, saquei que o sujeito tinha um toque refinado, classudo, jazzistico. Caía bem com aquela cara amarrada com que ele tocou o tempo todo. Acabou, tomei uns goles e despenquei para o metrô. Chegando em Santo André encontrei o amigo Robson Feijão, então presidente do Cidadão Do Mundo, comentei sobre a banda e ele disse que tava tudo certo pra rolar na nossa ong, durante uma exposição de zines.

No dia, enchemos as caras com latas de skoll mesmo (atentando contra minha seita Serra Malte...) tamanho o prazer de ficar bêbado com o cara. Não sei se é porque nós somos dois caras-feias mal humorados, que gostam de quase as mesmas coisas (ODEIO GATOS!!) ou porque diacho foi mas, a partir daquele dia nos tornamos bons amigos. Então começamos a trocar letras, via nossos respectivos blogs.

Numa destas, comentei com ele do acervo de discos do meu pai. Me deixou uns 500 vinis da blue note, originais, que ele comprou ao logo de toda sua vida.


Pois é cumpadre... Eu sou o tipo de cara que não faz a menor questão de herdar fortunas em grana. Me orgulho de ter ficado com os discos do velho, que infelizmente não ta mais por aqui por essas bandas.

Meus respeitos pro senhor Seu Mauro. E minha saudade sempre, também...


Estávamos pensando em como passar aquilo para cd, facilitando assim que o Rubão ouvisse tudo aquilo, quando ele postou no blog dele um disco do Monk Montgomery. Pensei - "Cara eu tenho essa bolacha"... - Corri lá atras procurar e quando vi os discos do velho na lavanderia, junto com os filmes em VHS que ele também me deixou me deu uma raiva de mim mesmo... "Caralho onde eu to com a porra da cabeça? Porque não cuido dessa porra direito?!" CHEGA!"

Tal qual todos de minha família, não acredito em cultura de prateleira. Aquela de burguês bundão, cujas contas o pai paga todas , manja? Moleque trouxa que não vive a maldição mas faz a verve na prática das citações, saca? O babaca decora de um livro como "Primeiro Terço" por exemplo, duas frases que o Cassidi escreveu cheio de pinga e sai recitando pela noite feito um Olavo Bilac falido... TO FORA, PORRA!

Comigo os bagulho tem que circular. Ja fui encher o saco da minha irmã e tamo digitalizando tudo, para todo mundo que quiser, poder ouvir. Ae mandei via e-mail mesmo o disco do Monk pro Rubão.

Feliz da vida e de pinga, ele me escreveu uns riscados que pra acabar de fuder, fui ler apenas mais tarde quando estava tão cheio de pinga quanto ele, chamando cachorro de caixa e os caralho... Lí e gostei. Me meti a dar uns tapa aqui e ali, mudei umas coisinhas e mandei de volta a ele.


No outro dia, ele mandou novamente, fechando o que havia feito e com a proposta "Ta afins de fazer uma parada a vinte dedos" (Tão todos aqui viu Rubão... Pelo menos meus dez da mão, num olhei pra baixo ainda...). Topei na hora. E como nossos blogs são uma zona, houve a necessidade de hospedar a coisa toda num espaço separado, específico. Ficamos de criar um blog.

A idéia era ouvirmos um desses discos de meu pai e a partir dele, dos disco que ouvirmos, a gente criar o texto, o argumento que vai virar conto e desenvolve-lo juntos. No final do conto, disponibilizariamos a música que nos inspirou pra todo mundo ouvir.


E não é que saiu???

Então rapá... a coisa ficou séria. Tivemos que pensar um formato, uma linguagem... E foi Rubens K que me chamou atenção para essa possibilidade de ter um blog noir:

"Cara; To pensando numa cidade... sei lá... Uma Gothan City, mas uma Gothan City decadente, podre mesmo..."

Fiquei com isso na cabeça, cheguei em casa me deu uma vontade desgraçada de homenagear (decentemente viu Sam Sheppard!!!??) DASHIEL HAMMET e botei um disco do Jards Macalé pra ver se concatenava algo e aí pronto:

Não concatenei foi porra nenhuma!

E o disco do Jards não ajudou foi picas!! Se o vampiro do mestre Macalé aparecer na porta principal da nossa City, toma é uma pá de tiro na cara... E sem luxo de bala prata hein;

VAI TOMAR SAPÊCO É DE NOVEMEIÓTA MESMO!!!

Entra numas pra ver... Na nossa City, nem sabemos qual... O que rola é o seguinte...


É um blog noir.

Mas não aquele noir hollywoodiano, glamouroso de los angeles dos anos 40. É um noir novaiorquino do século XIX, uma mistura de noir, com frank miller, é um noir sujo, apodrecido pelas coisas das vidas que circundam a city.

A nossa city não tem nome, não tem ruas, nada. O que há de concreto nela é uma firma, onde tudo acontece, ou tudo pode acontecer. A city é habitada por seres completamente sem alma, sem escrúpulos, numa sociedade completamente falida no âmbito moral e humano.

Mas além dos sem alma, tem os dois elementos...

Dois loosers, que de tão fracassados que são, nem sequer conseguiram perder a alma. Seguem humanos no meio do inferno que os circunda e carregam consigo os "males" humanos tais como, paixão, escrúpulos, alma... Uns derrotados, que não prestam nem pra serem crápulas. Será?

A gente ainda não sabe. Mas por enquanto eles são. Então vamo levando assim o que der e o num der a gente faz como quisermos. Seja lá como for o convite está feito, a parceria com meu amigo Rubens K está firmada e a nossa fábrica a...

rkjazz&mz productions ja está a todos vapor.

Confiram...



http://boatexangairkm.blogspot.com/


Um comentário:

Anônimo disse...

um brinde com eskincariolll. é isso ae, tranquera! vambora pra sempre. abração, marceleza!